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Mostrando postagens de abril, 2011

ÍNDIO NA PRAÇA

Por: Beto Ramos Terra de índio. Índio sem terra. Rio de índio. Índio sem rio. Índio na praça. Praça que não é lugar de índio. Artesanato de índio. Índio quase implorando para vender alguma coisa. Cauim de índio. Índio pedindo cachaça. Índio quase nu coberto somente com urucum. Filhos de índio querendo roupas de grife. O Toré como dança de índio. Índio querendo DJ. Índio de canoa. Pajé e Cacique nos carros importados. Aruás. Cintas-largas. Gavião Monde Ingarikó. Canôes. Karipuna. Caritianas. Araras-caros. Kaxarari. Kwazá. Macurap. Nambiquaras. Oro-uins. Painter. Sakurabiat. Tuparis. Amondauas. Tribos da minha casa. Eu neto de índio. Que não vivo sem internet. Sem TV a cabo. Também sou culpado por tudo isso. Índio perdendo a identidade cultural. A culpa é sua Cabral. Cadê a oca? Filho de índio agora freqüenta rede social. Na Feira do Porto os índios misturam-se às mazelas dos quase índios. Todos os dias são dias de índio. Comprei um pau de ch

RESPEITEM PORTO VELHO: OS FILHOS DO PAC

“Para aqueles que pensam que a batalha não está perdida e esperam a chegada de uma nova era de esperança e felicidade, a notícia não é boa!!!!” foto: Thércia no Triângulo, os trilhos da EFMM jogados às traças, suspensos no ar e decadentes, a cara de Porto Velho Há muito tempo, a promessa de que Porto Velho seria o Eldorado para uns e a Terra Prometida para outros, onde os bons ventos do progresso econômico continuariam soprando como se aqui fosse litoral, tem entrado em contradição com o desespero temerário da atualidade, na cidade onde uma população composta por uma miscelânea cultural das mais improváveis combinações não foi preparada para receber mais uma tsunami demográfica, o que parece ser sua vocação. A primeira, no final do Século XIX e início do Século XX, na qual mais de 40 nacionalidades se aglomeraram em plena Floresta Amazônia, recepcionadas pela beribéri, pela malária e muita taquara dos índios Karipunas para construir um colosso movido a vapo

Hangar

Ernesto Melo e A Fina Flor do Samba

Dança diária

Vai o poder sem freio, imaginando ser o dono de tudo. Segue no poder, quem anda no escuro. E os vaga–lumes voam bem perto da porta fechada. Poderia o poder ser dono da simpatia de muitos? Uma pena que venda antipatia e demonstração de força. Vai o poder, pequeno como o espaço fechado em que rufam os tambores que não chegam a perturbar a beleza da luz dos pequenos vaga-lumes. Vai o poder, desejando comprar o talento e a criatividade por qualquer preço, oferecendo espaços sem arte, para que se faça apenas a arte de quem se entusiasma como um passageiro no poder. Segue na dança quem pensa em si mesmo. Uma luta diária. Pequenas curvas de rio. Vai o poder com palavras estranhas que fazem crescer a luz dos vaga- lumes. Os pequenos vaga-lumes iluminam o que muitos desejam saber. Mas quem desejaria saber da força que o poder imagina possuir? Ele, o poder, é que ainda dita o que alguns poderiam fazer. Mas, o poder é passageiro e poderia mudar de quatro em quatro anos. As luzes do

Seiva da selva - Bado e Bando

Minhas Raizes - Curupira

Grupo musical do Distrito de Nazaré.

NARCISO ACHA FEIO O QUE NÃO É ESPELHO

O narcisismo é um conceito psicanalítico criado por Sigmund Freud, que adotou o termo a partir do mito grego de Narciso. A origem da palavra Narciso,do grego Narkissos, vem de narkes, que significa entorpecimento, torpor, inconsciência. A palavra narcótica é derivada e indica qualquer substância que produza alteração dos sentidos, gerando narcose. Faz-se correlação ao termo, também com a flor denominada narciso, bela e solitária, que nasce na beira dos rios, cuja existência é frágil e efêmera. O narcisismo, cujo nome Freud tomou de empréstimo ao mito grego de Narciso, o jovem que enamorou-se de sua própria imagem espelhada na superfície de um lago, ficou associado, em nossa cultura, à idéia de vaidade que seria, dentre os sete pecados capitais, o mais grave, pois todos os outros derivariam deste. Conforme o mito explicita, a idéia de narcisismo está vinculada à questão da imagem e esta, por sua vez, à noção de identidade. A imagem corporal é o primeiro esboço sobr

Dara Alencar

Revelação da melhor qualidade! Telefone p/ contato:069- 92643188 ou 069- 84322522

Diz a lenda – O trem não vai passar

Por: Beto Ramos Mangueira deixando com suas frutas um perfume pelo ar. Na sua sombra as crianças observam o trem passar. Vai o trem. Segue a toda velocidade. Leva menino e menina. Os velhinhos vão de mãos unidas. Da Máquina Cinquenta não estamos vendo o futuro. O rio seguindo em silêncio. O trem a todo o vapor. Vai à busca da sua história. O trem não pode descarrilar nos trilhos do esquecimento. Vai o trem viajando dentro dos nossos corações. Vai cheio de pélas de borracha. Tem saco de farinha. Mulher levando beiju. No cemitério da Candelária ao ouvir o barulho do trem, todos os mortos diante do esquecimento se levantam em respeito ao sonho sem realidade. Segue o trem. Vai a lugar algum. Nos seus armazéns serviram comida. Mas, o povo possui a fome pelo resgate da história. Não queiram reescrever um conto pela metade. O trem vai sem os seus trilhos. Todos os dias as crianças ficam a sombra da mangueira esperando o trem passar. Segue sem maquinista. A rotunda

FUI AO INFERNO E NÃO VI O CAPETA

Por William Haverly Martins Oxente bichinho, se recomponha! Ainda há tempo. A nave popular movida a resultados ainda o espera na estação espacial da opinião pública, mas lembre-se tolerância tem limite. Ocê corre o risco de um: “sai pra lá, peste”! Comemoram-se na Rússia e no mundo os cinqüenta anos da ida do primeiro homem ao espaço. No dia doze de abril de mil novecentos e sessenta e um, o russo Yuri Gagarin, no interior de uma cápsula circular impulsionada pelo foguete Vostok 1, decolou do Cosmódromo de Baikonur, na então URSS, para uma viagem de cento e oito minutos, pouco mais de uma hora e meia, pelo espaço sideral, a uma velocidade de 28.150 km/h, com altitude máxima de 325 km, sob os aplausos entusiasmados dos comunistas do mundo inteiro, especialmente dos jovens idealistas deste meu país varonil, inclusive eu. Deslumbrado com o feito e a fama, ao aportar Gagarin pronunciou a frase que chocou o mundo cristão: “Fui ao céu e não vi Deus”.

ACRM - Entrega de logomarca desenvolvida por Beto Ramos p/ o presidente da Associação Zé Maria

Diz a lenda - Águas barrentas

Por: Beto Ramos Um mergulho em águas barrentas. Águas turvas que trazem em seus banzeiros os medos de quem são os que não mergulham em teu silêncio. No barranco fica a lágrima do caboclo, que escorre junto ao barro. Águas barrentas com o rebojo de vaidades. Coisas que afloram diante da poesia. As águas barrentas possuem seus mistérios. Mas, não são tristes. A tristeza existe no que se esconde na alma dos que olham e falam com o medo das tuas correntezas. Mergulhei em águas barrentas. Sempre sobrevivi por saber compreender os mistérios dos banzeiros e dos rebojos. O caboclo vai continuar de cócoras ou acocado, para ver onde a lágrima vai chegar. As águas barrentas possuem mais belezas que a alma de alguns. Navegar em águas barrentas não é mergulhar em águas barrentas. Os que navegam apenas dizem o que querem sobre os teus mistérios. Os que mergulham sabem os teus mistérios. Águas como poesia. O estranho é que as águas barrentas possuem menos mistérios que a alma de

Diz a lenda – Estou Fora

Por: Beto Ramos Olá Dona Morte, que papo é esse de continuar com estes vôos rasantes sobre nossa cultura beradeira? Deixe de ser besta e vá baixar em outra freguesia! Ali no canto esquerdo do Mercado Cultural, somente os meus olhos viram o Neguinho Orlando junto com o Manelão, comentando que havia alguma coisa errada com o rei. Cuidado Dona Morte, ai no andar de cima já existe uma comissão de frente que vai lhe peitar com certeza. Deixe de causar pânico no meio cultural. Ta assim de gente com medo que o seu nome vá enfeitar as cadeiras do Bar do Zizi, na homenagem que ninguém anda querendo ter. Dizem que já estão reservando cadeiras para alguns! Sai pra lá Dona Morte. E olha o sorriso do Neguinho Orlando dizendo: - Cuidado pode ser a tua vezzzzzzzzzzz! Sabe Dona Morte, a única coisa certa na vida é a sua visita, mas, é muita covardia a senhora querer fazer acampamento no nosso meio. Já estou sabendo que tem me

Comentário do Amigo Artur Quintela

"Obrigado amigo pelo comentário! É bom saber que não somos um execito de um homem só! A beleza do ser humano nasce na alma!" Beto Ramos RONDÔNIA DOS MEUS AMORES Não quis publicar nada meu – diretamente – aqui no blog a respeito do que o palhaço Rafinha Bastos – do CQC – falou a respeito de Rondônia. Não achei que valesse a pena tratar de uma pessoa que não conheço, que não faço questão de conhecer, que faço questão de não ser apresentado. (que, e não quem, pois não considero que mereça tratamento personal). Cerco-me de pessoas cultas – não necessariamente eruditas, pois estas, na grande maioria, não o são na realidade. Mas o texto do Beto Ramos é uma poesia. E uma poesia merece ser tratada com amor. Esse sentimento enorme que balança todas as outras emoções. Quando falamos de Rondônia, falamos com amor. Do amor. Não sou nativo desta plaga. Sou de Maceió. Capital linda e hospitaleira. Povo simples e hospitaleiro. Cercada de recifes de corais, Maceió proporciona ao tu

Diz a lenda – A Arte do Insulto

Por: Beto Ramos Para começo de conversa, não valeria um centavo dar credibilidade ao tal Rafinha Bastos. Ou seria o Dr. Inconsequência? A beleza que ele procura não existe nem mesmo em sua personalidade. Coisa pequena. Medíocre. O seu DVD a Arte do Insulto já diz tudo que precisamos entender. Para o “New York Times”, este donkey é o mais influente no twiter. Este tal stand-up já era apresentado por Chico Anisio antes do pai deste camarada nascer. O Chico completa este mês oitenta anos. E pelo que sabemos nunca diminuiu o terreiro deste imenso Brasil. Precisamos apenas compreender que a beleza das nossas beradeiras e beradeiros encantam qualquer ser sensível que possua coração e não uma pedra fria dentro do peito. Ofenças somente são engraçadas aos que pertencem a mesma estirpe. O riso com certeza ficou um pouco triste com esta tal Arte do Insulto. Como amo minha gente e todo este Brasil de meu Deus, apenas deixo vir aos meus lábios o meu sorriso. Um sorriso não pela

Relação dos Projetos aprovados pela coordenação de cultura do SESC/RO

terça-feira, 12 de abril de 2011Relação dos Projetos aprovados pela coordenação de cultura do SESC/RO ARTES PLÁSTICAS • DIÁLOGOS SOBRE A CIDADESA - MIRA MARGOTTO – SELECIONADO • AMAZÔNIA MINHA VIDA EDILSA MOTA – SELECIONADO • IMPRESSÕES HUMANAS NA PAISAGEM AMOZÔNIDA - BETHOVEM DELANO – SELECIONADO • TRAMA - LUIZ BRITO – NÃO SELECIONADO • EXPOSIÇÃO MISTA - ASSIS SHATOBRIAND – SELECIONADO • REALIDADES ALTERNATIVAS - BOTÔTO - NÃO SELECIONADO • RIO MADEIRA GIGANTE DA FLORESTA - MIKÉLITON – SELECIONADO • CONSTRUÇÕES - SILVIA FELICIANO – SELECIONADO LITERATURA • RETRATOS POÉTICOS - ELIAS ODILON MACEDO BALTHAZAR E MICHELE SARAIVA - SELECIONADO • LITERATURA E EROTISMO - ÉDER RODRIGUES - SELECIONADO • PROSA E POESIA - ÉDER RODRIGUES - SELECIONADO ARTES CÊNICAS 01.PERDIDOS NA FLORESTA - GRUPO DE TEATRO WANKABUKI – SELECIONADO 02. ONDE ESTÁ MIMI - CIA TITÂNICA DE TEATRO – NÃO SELECIONADO 03. AS SANTINHAS DA COMÉDIA - GRUPO NOVA GERAÇÃO – NÃO SELECIONADO 04. REFORMA DO AMOR -

Arte desenvolvida por Beto Ramos - Diz a lenda

Esta arte foi feita a custo zero p/ Irmãs Marcelina. A utilização de imagens e da arte é a contribuição de todos nós para o crescimento da educação no Brasil.

Arte desenvolvida por Beto Ramos - Diz a lenda

Arte desenvolvida por Beto Ramos - Diz a lenda

DIZ A LENDA – O QUINTAL DA SAUDADE

Por: Beto Ramos Lembrei-me das castanholas. Ficavam caídas pelo chão. Caiam de uma castanholeira enorme. Castanholeiras que resistiram ao tempo, mas não suportaram ao progresso. Lembrei-me das mangas. Mangas comuns. Saborosas e doces. Eram comidas com farinha d’água a qualquer hora do dia. Eram frutos de uma frondosa mangueira. Lembrei-me dos tucumãs. Também caiam pelo chão. Tucumãs carnudos, também comidos com muita farinha d’água. O tucumanzeiro era local de caça na época em que era permitido fazer alguma coisa no leite da castanha. Lembrei-me dos jenipapos. No ar ficava o seu cheiro forte quando caiam pelo chão. Jenipapos dos licores de outrora. Era um jenipapeiro bem maior que a minha saudade. Lembrei-me das ingazeiras. Saboroso ingá. Dos dois tipos. Ingá cipó e a outra pequena que dava até entupimento. Eram ingazeiras que causaram muita peia e surras na meninada. Lembrei-me do cajueiro. Cajus vermelhos e amarelos. E tinha o cajuí que era pequeno e doce c