Pular para o conteúdo principal

FUI AO INFERNO E NÃO VI O CAPETA

Por William Haverly Martins



Oxente bichinho, se recomponha! Ainda há tempo. A nave popular movida a resultados ainda o espera na estação espacial da opinião pública, mas lembre-se tolerância tem limite. Ocê corre o risco de um: “sai pra lá, peste”!

Comemoram-se na Rússia e no mundo os cinqüenta anos da ida do primeiro homem ao espaço. No dia doze de abril de mil novecentos e sessenta e um, o russo Yuri Gagarin, no interior de uma cápsula circular impulsionada pelo foguete Vostok 1, decolou do Cosmódromo de Baikonur, na então URSS, para uma viagem de cento e oito minutos, pouco mais de uma hora e meia, pelo espaço sideral, a uma velocidade de 28.150 km/h, com altitude máxima de 325 km, sob os aplausos entusiasmados dos comunistas do mundo inteiro, especialmente dos jovens idealistas deste meu país varonil, inclusive eu. Deslumbrado com o feito e a fama, ao aportar Gagarin pronunciou a frase que chocou o mundo cristão: “Fui ao céu e não vi Deus”.

Pois bem, o que será que viu nosso prefeito quando ingressou na nave vermelha do PT e desembarcou nestas plagas do sol poente de espaço geográfico aprazível? Com certeza viu sua conta bancária assomar ao espaço insaciável capitalista muito mais rápido que a do socialista Gagarin, guardadas as devidas proporções partidárias e de conceitos de espaço: Yuri estreou sem gravidade o Céu profundo, custeado pelos comunistas, retornou e não ganhou nenhum bem material, ou aumento na sua carteira de trabalho; o outro, com a gravidade preocupante de um cargo público, está fazendo uma viagem inversa, cavando seu próprio buraco no espaço político, embora se autodetermine socialista vem aumentando consideravelmente seu patrimônio, vendo estrelas, mesmo nas profundezas, ouvindo o tilintar de máquinas registradoras, ainda que surdo aos apelos populares. Acabará parodiando o outro: “Fui ao inferno e não vi o Capeta”, mas na viagem ao espaço interior deve estar rindo do povo e pronto a banhar-se na piscina de reais, como nosso velho conhecido das páginas de Walt Disney, Tio Patinhas. Enquanto isso na Old Port City o Patrimônio Histórico e não histórico vai pro espaço, no sentido pejorativo da palavra.

O prédio da primeira Prefeitura e da primeira Câmara Municipal, ou o que restou dele, localizado na ladeira Comendador Centeno, tombado pela Lei nº 1.099 de 26 de maio de 1.993 como Patrimônio Histórico do Município, está entregue aos desatinos administrativos de quem vem ultimamente ignorando a cidade e seu povo. Os viadutos, prometidos como solução ao trafico caótico, viraram escombros de um terremoto de licitações mal feitas, mal sucedidas, mas que deve ter inchado o bolso de alguém, ou de alguns, paralelamente aos inchaços doloridos da nossa paciência.

Tomara que esta dor permaneça até a próxima eleição, estimulando a memória na hora do voto, único momento em que a democracia permite a vingança, pena que depois da derrota, o derrotado volta milionário para sua região de origem, ou fica por aqui, malufando com a cara da gente, desfrutando da viagem de outrora ao espaço monetário, sob os olhares condescendentes do Ministério Público e da Justiça. Cadeia não foi feita para políticos.

O povo desta plaga poética do Norte não jogou pedra na cruz, não merece o papel de vilão nas novelas da vida, o de facínora da boca suja se encaixaria perfeito na pele do doutorzinho mineiro que falou mal da cidade, das mulheres e dos folguedos costumeiros desta terra, atingindo pela culatra os milhares de mineiros que tanto enriquecem o patrimônio cultural de Rondônia. Nosso porto cordial não merece professorzinho de historia com problemas psíquicos – Se Freud não explica, quem sabe Lacan? – capaz de enxergar membros sexuais de muares no lugar das nossas simbólicas Três Caixas D’Água – é dose cavalar de estupidez sexual. Não, nós não merecemos o comediantezinho ignorante do CQC, desprovido de conhecimentos, acometido de cegueira cultural e natural, a ponto de rotular de feia a mulher de Rondônia, esquecendo-se, por pura ignorância, que suas conterrâneas deram origem a beleza gaúcha das nossas prendas de Vilhena: atirou no próprio pé.

Chega deste bando ingrato de sanguessugas, chega de cuspir no prato que come, chega dos que se locupletam e retornam as suas origens, sem o mínimo de decência: – muito obrigado - ou de reverência oriental ao Marco das Coordenadas Geográficas que deu origem à construção da EFMM, consequentemente da cidade. Pra quem não sabe e quer me seguir o exemplo, apareça por lá, faça uma inclinação respeitosa e simbólica, como uma gueixa agradecendo as benesses de seu benfeitor, fica na Avenida Farqhuar, entre a Avenida Carlos Gomes e a Rua D. Pedro II.

Da mesma forma que malhamos os maus exemplos, aplaudimos os precursores responsáveis pelos primeiros passos, pelo desabrochar estanhado/dourado da adolescência, pela caminhada desenvolvimentista do inicio da maturidade, pelo companheirismo, pela mescla de culturas que nos transformou neste estado modelo: uma colcha de retalhos oriundos de todas as regiões deste país, costurada pacientemente pela Velha Locomotiva 12, “Cel.Church” – como estará o Monumento aos Pioneiros inaugurado pelo saudoso Teixeirão, em 1.984, no trevo do Roque e sepultado pelos entulhos do que seria um viaduto?

Nosso reconhecimento aos que vieram somar, aos que constituíram famílias às margens do simpático Madeirão, aos que contribuíram e contribuem com a formação e o desenvolvimento de nosso município, de nosso Estado. Aos que não medem elogios ao nosso Arraial Flor do Maracujá, suas quadrilhas e bois-bumbás, aos que sem lenço nem documento se extasiam freneticamente atrás da Banda do Vai Quem Quer, aos que culturalmente sabem que o brilho e o cheiro do nosso povo são os mesmos do resto deste país “abençoado por Deus e bonito por natureza”, aos que boquiabertos acompanham, às sextas feiras no Mercado Cultural, A Fina Flor do Samba. Muito Obrigado!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

COMO NASCEU A PRIMEIRA MANDIOCA

Era uma vez uma índia chamada Atiolô. Quando o chão começou a ficar coberto de frutinhas de murici, ela casou com Zatiamarê. As frutinhas desapareceram, as águas do rio subiram apodrecendo o chão. Depois o sol queimou a terra, um ventinho molhado começou a chegar do alto da serra. Quando os muricis começaram outra vez a cair, numa chuvinha amarela, Atiolô começou a rir sozinha. Tava esperando uma menininha que recebeu o nome de Mani. Mas, Zatiamarê queria um menino e pouco conversava com Mani. Chateada com a situação, a menina pediu para a mãe para ser enterrada viva, ainda mais poque a sua genitora deu à luz um homem, Tarumã, para a alegria de Zatiamarê. A mãe de Mani atendeu ao seu pedido. Passou muito tempo. Um dia Atiolô sentiu saudade da filha e foi na mata procurar onde havia enterrado o seu corpo. Ao invés de Mani, encontrou uma planta alta e verde, mas estranhou o tamanho da planta. “Uma planta tão comprida não pode ser a minha filha”, disse. Na mesma hora a planta se dividiu.

01 aninho da Nauanne

No dia 27 de junho o cumpade Ricardo e a cumade márcia, festejaram o primeiro aninho da Nauanne. A felicidade estava nos rostos dos pais corujas. Fica aqui o nosso abraço e desejos de muitas felicidades para Nauanne. A festa foi linda...aqui a corujisse do dindo Beto Ramos e da dinda Rosimere Marques.

CABARÉ DA ANGELA MARQUES - "PEGA FOGO CABARÉ!"