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Diz a lenda – Apenas um bobo / Beto Ramos

Na curva do rio Madeira, foi lançada nas águas barrentas dos nossos sonhos coloridos, uma herança maldita, que será absorvida pelos que abrirão a porta dos fundos da história. O lindo pôr do sol nas tardes coloridas de nossas retinas esconde o carmim de um período de lamentações. Somos coloridos e não nos pintamos com uma só cor. A luta desmascarada pelas atitudes contrárias ao desejo do povo, que sedento de realizações, viu ruir valores defendidos ao preço de qualquer moeda, tornou-se motivos de desmandos cheios de impactos, há começar pelas esquinas do nosso tão amado centro histórico. Serão levados pelo vento, cânticos dos tambores da nossa aldeia, a serem ouvidos lá na serra do Tracoá. E não serão poucos. Cânticos de um povo que cansou de ver tolos fantasiados de reis. O séquito segue com muitos saquitéis em canoas com furos que os levarão a um naufrágio certo, perto ou longe da curva do rio Madeira. Há uma antiga história a respeito de um rei que, de acordo com os costumes da época, tinha o seu bobo da corte. Estes bobos da corte tinham o direito de dizer a verdade aos reis e príncipes, mesmo que fosse amarga. Se ela era amarga demais, simplesmente dizia-se: "Ele é apenas um bobo!”. Diz a lenda

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