Por: Beto Ramos
Essa história ou estória é do tempo em que existia uma igreja de madeira onde fica a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, ali no centro de Porto Velho.
Também é do tempo em que os namorados passeavam de canoa no lago que se formava atrás do Cine Teatro Resky na época do inverno.
Poderia ser do tempo da ponte Guapindaia.
Acontecia sempre na semana santa.
Serra velho.
Está é uma brincadeira, que poucos conhecem.
Sua origem é portuguesa.
Perto da meia noite, a turma se juntava, saindo para escolher a vítima.
Era um vozerio danado pelas ruas.
Traziam um serrote, algumas tábuas, para alguns talbas.
Dois camaradas acompanhavam somente para chorar.
O testamento estava escrito no bolso.
Era um barulho infernal, justamente para incomodar o escolhido.
Claro que sempre tomavam umas e outras.
Logo, alguém começava a ler com voz chorosa:
- Seu dono da casa, aqui está o seu testamento, e nós gostaríamos de saber para quem o senhor vai deixar a sua filha. O resto da rapaziada começava a chorar e pedir para ele não partir que ainda era muito novo.
O cara do serrote começava a serrar um pedaço de tábua, reco-reco-reco-reco-reco.
E dizia para o dono da casa não se preocupar com o caixão, que eles estavam fazendo.
Era um alvoroço só.
- E para quem o senhor vai deixar sua dentadura?
- E sua Casa?
- E sua aliança?
- O tempo está passando seu dono da casa.
E o cara do serrote, reco-reco-reco-reco.
- E suas galinhas?
A cada indignação do dono da casa, a turma chorava mais e lamentava a sorte do escolhido.
Claro que o dono da casa dizia cobras e lagartos.
- Cadê o seu relógio, para quem o senhor vai deixar?
E o cara do serrote reco-reco-reco-reco-reco.
- Já está quase pronto o senhor vai se decidir ou não?
Ai chegava o cara com a pá, dizendo que era para cavar o buraco pra enterrar o dono do testamento.
Nessa hora o dono da casa saia pronto para brigar.
Dentro da casa as filhas choravam.
A esposa já preparava chá de cidreira.
Neste momento a turma corria, sorrindo e comemorando muito.
E logo começavam a escolher a próxima vitima.
Porto Velho provinciana sempre vai morar dentro dos nossos corações.
Mas, não se assustem se qualquer dia desses baterem na sua porta e alguém pedir para ler o seu testamento.
Reco-reco-reco-reco-reco-reco-reco.
Quem souber contar mais, que conte mais cinco.
Diz a lenda
Essa história ou estória é do tempo em que existia uma igreja de madeira onde fica a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, ali no centro de Porto Velho.
Também é do tempo em que os namorados passeavam de canoa no lago que se formava atrás do Cine Teatro Resky na época do inverno.
Poderia ser do tempo da ponte Guapindaia.
Acontecia sempre na semana santa.
Serra velho.
Está é uma brincadeira, que poucos conhecem.
Sua origem é portuguesa.
Perto da meia noite, a turma se juntava, saindo para escolher a vítima.
Era um vozerio danado pelas ruas.
Traziam um serrote, algumas tábuas, para alguns talbas.
Dois camaradas acompanhavam somente para chorar.
O testamento estava escrito no bolso.
Era um barulho infernal, justamente para incomodar o escolhido.
Claro que sempre tomavam umas e outras.
Logo, alguém começava a ler com voz chorosa:
- Seu dono da casa, aqui está o seu testamento, e nós gostaríamos de saber para quem o senhor vai deixar a sua filha. O resto da rapaziada começava a chorar e pedir para ele não partir que ainda era muito novo.
O cara do serrote começava a serrar um pedaço de tábua, reco-reco-reco-reco-reco.
E dizia para o dono da casa não se preocupar com o caixão, que eles estavam fazendo.
Era um alvoroço só.
- E para quem o senhor vai deixar sua dentadura?
- E sua Casa?
- E sua aliança?
- O tempo está passando seu dono da casa.
E o cara do serrote, reco-reco-reco-reco.
- E suas galinhas?
A cada indignação do dono da casa, a turma chorava mais e lamentava a sorte do escolhido.
Claro que o dono da casa dizia cobras e lagartos.
- Cadê o seu relógio, para quem o senhor vai deixar?
E o cara do serrote reco-reco-reco-reco-reco.
- Já está quase pronto o senhor vai se decidir ou não?
Ai chegava o cara com a pá, dizendo que era para cavar o buraco pra enterrar o dono do testamento.
Nessa hora o dono da casa saia pronto para brigar.
Dentro da casa as filhas choravam.
A esposa já preparava chá de cidreira.
Neste momento a turma corria, sorrindo e comemorando muito.
E logo começavam a escolher a próxima vitima.
Porto Velho provinciana sempre vai morar dentro dos nossos corações.
Mas, não se assustem se qualquer dia desses baterem na sua porta e alguém pedir para ler o seu testamento.
Reco-reco-reco-reco-reco-reco-reco.
Quem souber contar mais, que conte mais cinco.
Diz a lenda
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