Pular para o conteúdo principal

Diz a lenda - Um segundo

Por: Beto Ramos





Viveria apenas um segundo, se em teus braços pudesse sempre respirar.

Existiria então a criatividade dos meus olhos dentro do brilho do teu horizonte.

Profunda grandeza de versos estranhos e sem vida.

Doce loucura de palavras feitas para desagradar e dar força a quem compreende para crescer.

Palavras bonitas nascem aqui e ali.

Meras palavras são seres esquálidos que ficam pelos cantos lamentando a sorte que lhes bateu a porta e não pode cumprimentá-los.

Triste lamento dos poetas que outrora sabiam da morte certa apenas por ilusão.

Viveria apenas um segundo se os teus braços pudessem me alcançar por onde eu for.

Eu, morto e sem palavras diante de um velho livro com páginas rasgadas.

E neste meu segundo de vida, estenderia os meus braços e te abraçaria meu Porto Velho do velho querida.

Então consertaria o livro rasgado, e junto dele navegaria no teu barrento Rio Madeira, sem rumo, apenas para contrariar a minha paixão que és tu minha terra querida.



Diz a lenda

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CABARÉ DA ANGELA MARQUES - "PEGA FOGO CABARÉ!"

Vovô Aluízio

Então...  Durante uma década  pescávamos eu meu avô  no barranco  ali na descida  do Caravela do Madeira Eram quartas feiras  onde nos vestíamos de sol  Com os acessórios  de linha e anzóis  Vô Aluízio  fazia iscas feitas de alegria  Muito sorriso  e a alma cheia de igapó  Muitas vezes  pescávamos um monte caicos  Mandis Barbas chatas  Vez por outra mulher ingrata  Numa bela quarta feira  Vovô Aluízio desapareceu  do barranco para sempre  Foi fazer sua última pescaria  no lindo lago do andar de cima Tenho tanta saudade  dos nossos silêncios  Dos planos  se pegássemos um Jaú maceta  Esses dias vou pescar  Nunca mais vai ser Como a descida do barranco Perto do Caravela do Madeia  Beto Ramos de Oliveira 21/10/22