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Palavras sem sentido algum!

Sou de um mundo onde os normais jamais se ajustariam.
Sou das palavras do futuro,
do amanhã sem motivos,
mas, do hoje com razões para fazer o amanhã.
Vivo um mundo construído por teias de aranha.
Um abrigo para mim mesmo...
Minha poesia soaria estranha aos inconformados
que atendem a tudo e a todos os gostos.
Sou de palavras estranhas, cheias de erros,
coisa feita de proposito para satisfazer a inteligencia da escuridão da noite.
A noite é um perigo para quem vive sempre na luz.
Sou de lágrimas sem rimas, sem gritos, sem voz.
Os caminhos que percorro são meus...
ao dividir com pessoas, poderia infectá-las com um certo bom senso.
Correndo para cá e para lá, os normais se encontram, se estranham, se mordem.
Parado e em silêncio vejo a banda passar, olho nos olhos da noite e percebo que ela possui alma.
Mas, minha alma é pagã.
Sou filho da noite, sou filho do vento, sou filho da lua, sou filho do silêncio.
Sou de um mundo sem ruas com asfalto, sem prédios com seus andares.
Sou de um mundo onde as mãos estão sempre estendidas.
Onde os passos seguem rumo ao futuro.
Quem sou eu ?
Apenas um careta legal!
Que pode ver a tua alma.
Que pode saber os teus atalhos para querer estar acima do bem e do mal.
Sou de uma noite fria.
Já não sinto sono, nem mesmo choro.
Já não sei dos meus projetos, nem mesmo dos meus arquivos digitais.
Sou de um tempo que precisa de tempo para mim.
Não sofro por amor, nem por desamor.
Não sofro de mágoas, não sofro de tristeza.
Não sofro de solidão e nem de paixão.
Sou uma parte de mim, que não explicaria jamais a outra parte que fica em silêncio.
Sou um livro esquisito, sem capa, sem capítulos, sem autor.
Sou versos para a minha amada.
Sou rimas para o pai que foi e nunca voltou.
Sou soneto de felicidade quando vejo minha mãe chorar por mim no seu silêncio de todas as Marias.
Sou filha que cuida de mim quando não estou para nada.
Que sempre diz: Pai já tomou o remédio? Pai um cheiro!
Sou filhos com nomes de santos: Lucas e José.
Sou minha mulher amada com nome de rosa: Rosimere.
Sou assim, com palavas.
Mas poderia ficar em silêncio no amanhã sem sentido algum.

Por Beto Ramos

Comentários

  1. Mano velho,
    Que bom vê-lo de corpo inteiro
    Palavras soltas pelas ladeiras do velho porto
    Menino arteiro com o candeeiro na mão
    Alumiando os caminhos por onde passa a procissão
    Embalado nas enfieiras de um tempo que já se foi?
    Te abraço
    Zola

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